Médico baiano relata desespero ao presenciar início da guerra em Israel e narra cenário de incertezas com retorno ao Brasil: 'Assustador'

  • 19/06/2025
(Foto: Reprodução)
Ícaro Barros desembarcou em Israel na última semana, pouco antes do início do conflito com o Irã, e estava em uma festa quando os ataques começaram. Agora, brasileiro luta para voltar para casa. Médico brasileiro relembrou início dos ataques a Israel durante festa Reprodução/Redes Sociais Um médico baiano que está impedido de deixar Israel, por causa dos riscos de viajar em meio à guerra entre o país e o Irã, relatou ao g1 momentos de terror vividos por ele nos últimos dias. Em entrevista nesta quarta-feira (18), Ícaro Barros contou que estava em uma festa, na madrugada da última sexta (13) — noite de quinta (12) no horário de Brasília —, quando os primeiros ataques começaram. Na ocasião, os celulares apitaram, alertando para o perigo. "Soou um alarme muito alto no meu celular. Estava escrito “Extreme Alert” e um texto em hebraico. Como meu hebraico não é muito bom, fui pedir ajuda para tentar entender o que estava escrito. Quando vi, mais de 500 pessoas estavam correndo para a rua, gritando, ligando para familiares, indo para os seus carros. Foi assustador", disse. O baiano conta que ficou sem saber o que fazer por um tempo, até que um amigo ligou e avisou que iria resgatá-lo. Desde então, ele tem morado em um imóvel, em Tel Aviv, com um bunker para casos de bombardeios. "Os dias têm sido muito atípicos. Geralmente aqui, por ser uma cidade de praia, existe um movimento muito grande, mas está tudo parado. Existe uma atmosfera de tensão, ruas vazias, cenas que víamos na pandemia, por exemplo. Todo mundo muito alerta, sempre com o celular na mão quando sai de casa para ir ao mercado", afirmou. Além da guerra, a incerteza com o retorno para o Brasil tem assustado o médico. "Tudo é muito incerto aqui. Até para os israelenses, é uma situação nunca vista antes. Estou preocupado com meu trabalho, cumprir minha agenda de cirurgias e atender meus pacientes", pontuou. Mãe aflita Anakláudia Barros e o filho Ícaro Barros Reprodução/Redes Sociais De casa em Itaberaba, na região da Chapada Diamantina, na Bahia, a mãe de Ícaro Barros acompanha a situação. Ao g1, a enfermeira Anakláudia Barros contou que não tem conseguido dormir direito desde que ficou sabendo da guerra pelos jornais, porque teme pela segurança do filho. "Saber que ele está lá é uma situação sem precedentes, uma aflição, uma dor, é muito complicado a gente estar passando por isso. E a minha preocupação maior é que ele não está conseguindo retornar, assim como muitos que lá estão, né?". A baiana ressaltou que as buscas pela Embaixada do Brasil em Israel, por meio de e-mails e ligações, têm sido respondidas com pedidos de "calma", coisa que ela não tem conseguido manter desde a semana passada. "Eu não quero só o meu [filho], eu quero todos aqueles que estão precisando chegar em suas casas, seja em que país for, que cheguem em paz, que retornem. Não têm que estar jogados aos leões, jogados aos mísseis e a tudo que eles estão vivendo lá". Segundo Anakláudia, Ícaro tem visto temporário para Jordânia, o que, para ela, representa meio caminho andado para o retorno, pois, de lá, o médico poderia embarcar para o Brasil. Falta agora a liberação por parte de Israel. Músico brasileiro filma mísseis no céu de Israel "Não existe a menor possibilidade dele sair sozinho, dele não sair com autorização do governo israelense", ressaltou. Foi por meio da Jordânia que os 27 prefeitos brasileiros, que também estavam impossibilitados de sair de Israel, conseguiram voltar para o território brasileiro. O Ministério das Relações Exteriores informou que os últimos integrantes do grupo saíram na quarta-feira, com custeio do país. "Até o momento, não existe uma informação oficial sobre o retorno dos voos. Sabemos que o retorno da comitiva de políticos brasileiros foi totalmente custeada pelo governo de Israel, mas existe uma recomendação muito forte para não tentar ir até a Jordânia ou Egito de carro/ ônibus, pois não é seguro e não há o que fazer num caso de bombardeio", pontuou Ícaro Barros. O que diz o Ministério das Relações Exteriores Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que as Embaixadas do Brasil em Tel Aviv e Teerã monitoram a situação em Israel e Irã e permanecem em contato com os brasileiros que estão nos dois países. O gabinete também reforçou as recomendações feitas na semana passada às comunidades brasileiras no Oriente Médio. São elas: acompanhar os sites e mídias sociais das embaixadas brasileiras na região e seguir suas orientações; seguir as recomendações de segurança das autoridades locais; evitar multidões e protestos; monitorar a mídia local; não deixar seus locais de residência sem se certificarem de que as condições de segurança o permitem; caso seu voo tenha sido cancelado, procurar a companhia aérea para remarcação dos bilhetes; verificar se seus documentos de viagem estão em dia e com ao menos seis meses de validade. Além disso, conforme o posicionamento, a recomendação é de que os brasileiros sigam consultando as manifestações do Brasil sobre o tema nos canais do Governo Federal. LEIA MAIS: Abrigos e notícias de bombardeios via app: músico brasileiro descreve momentos de tensão em meio ao conflito entre Irã e Israel Acompanhe em tempo real as notícias da guerra entre Irã e Israel Itamaraty avalia reforçar alerta para que brasileiros não viajem para Israel e outras regiões de conflito Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻

FONTE: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2025/06/19/medico-brasileiro-revela-desespero-ao-presenciar-inicio-da-guerra-em-israel.ghtml


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